Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 16 de abril de 2016

UMA CASA SEGURA



O Papa regressa da ilha grega de Lesbos com doze refugiados sírios que serão hospedados na Itália
   
    
Trata-se de três famílias que fugiram da guerra que continua a ensanguentar a Síria: doze pessoas, entre as quais dois adolescentes e quatro crianças, que chegaram à ilha grega antes do recente acordo entre Turquia-Ue e estavam hospedados no campo de Kara Tepe.

A hospitalidade e a ajuda às famílias ficarão a cargo do Vaticano.
A hospitalidade inicial será garantida pela Comunidade de Santo Egídio.

Um gesto sem precedentes que encerrou o espírito de uma visita breve efectuada durante o dia de hoje, mas muito intensa, empreendida no sinal da proximidade e da partilha.


Na visita aos refugiados no Campo de Refugiados de Moira em Lesbos o Santo Padre começou por dizer:

Queridos irmãos e irmãs!
Desejei vir estar convosco hoje.
Quero dizer-vos que não estais sozinhos.
Ao longo destes meses e semanas, sofrestes inúmeras tribulações na vossa busca duma vida melhor.
Muitos de vós sentiram-se obrigados a escapar de situações de conflito e perseguição, sobretudo por amor dos vossos filhos, dos vossos pequeninos.
Suportastes grandes sacrifícios por amor das vossas famílias.
Experimentastes a amargura de ter deixado para trás tudo o que vos era querido e – o que é talvez mais difícil – sem saber o que o futuro vos reservava.
Há ainda muitos outros, como vós, que se encontram à espera, em campos de refúgio ou na cidade, ansiando construir uma nova vida neste continente.”

E, mais adiante:

Viemos a fim de chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e implorar a sua resolução.”

Deus criou o género humano para ser uma única família; quando sofre algum dos nossos irmãos ou irmãs, todos nos ressentimos.”

Esta é a mensagem que, hoje, vos quero deixar: não percais a esperança! O maior presente que podemos oferecer uns aos outros é o amor: um olhar misericordioso, a solicitude por nos ouvirmos e compreendermos, uma palavra de encorajamento, uma oração.”


Na declaração conjunta de Papa Francisco, Patriarca Bartolomeu e Arcebispo Hieronymos, referiram:

Hoje, a Europa enfrenta uma das suas crises humanitárias mais sérias desde o fim da II Guerra Mundial.
Para vencer este grave desafio, fazemos apelo a todos os seguidores de Cristo para que tenham em mente as palavras do Senhor, segundo as quais seremos um dia julgados: «Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.
(…) Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 35-36.40).”


Do encontro com as autoridades e a população, registamos a Oração do Santo Padre em memória das vítimas das migrações:

Deus de misericórdia,
pedimo-Vos por todos os homens, mulheres e crianças,
que morreram depois de ter deixado as suas terras
à procura duma vida melhor.

Embora muitos dos seus túmulos não tenham nome,
cada um é conhecido, amado e querido por Vós.
Que nunca sejam esquecidos por nós, mas possamos honrar
o seu sacrifício mais com as obras do que com as palavras.

Confiamo-Vos todos aqueles que realizaram esta viagem,
suportando medos, incertezas e humilhações,
para chegar a um lugar seguro e esperançoso.

Como Vós não abandonastes o vosso Filho
quando foi levado para um lugar seguro por Maria e José,
assim agora mantende-Vos perto destes vossos filhos e filhas
através da nossa ternura e protecção.

Fazei que, cuidando deles, possamos promover um mundo
onde ninguém seja forçado a deixar a sua casa
e onde todos possam viver em liberdade, dignidade e paz.

Deus de misericórdia e Pai de todos,
acordai-nos do sono da indiferença,
abri os nossos olhos às suas tribulações
e libertai-nos da insensibilidade,
fruto do bem-estar mundano e do confinamento em nós mesmos.

Dai inspiração a todos nós, nações, comunidades e indivíduos,
para reconhecer que, quantos atingem as nossas costas,
são nossos irmãos e irmãs.

Ajudai-nos a partilhar com eles as bênçãos
que recebemos das vossas mãos
e a reconhecer que juntos, como uma única família humana,
somos todos migrantes, viajantes de esperança rumo a Vós,
que sois a nossa verdadeira casa,
onde todas as lágrimas serão enxugadas,
onde estaremos na paz, seguros no vosso abraço.


Fonte: Santa Sé; L'Osservatore Romano; Rádio Vaticano


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