Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O PAPA EMÉRITO BENTO XVI FEZ 65 ANOS DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL



Os 65 anos de ordenação sacerdotal de Joseph Ratzinger foram celebrados esta Terça-feira dia 28 de Junho na Sala Clementina no Vaticano
   
   
Bento XVI foi saudado pelo Papa Francisco, pelo Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller e pelo Decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Angelo Sodano.
Estiveram também presentes numerosos Cardeais e a delegação do Patriarcado Ecuménico em visita ao Vaticano por ocasião da Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.


Das palavras do Papa Francisco dirigidas ao Papa Emérito Bento XVI:

Santidade,

Celebramos hoje a história de um apelo iniciado iniciado há 65 anos com a sua Ordenação sacerdotal ocorrida na Catedral de Frisinga em 29 de Junho de 1951.”

Numa das mais belas páginas que o senhor dedica ao sacerdócio, sublinha como, na hora do apelo definitivo de Simão, Jesus, olhando para ele, no fundo pergunta-lhe somente uma coisa: ‘Amas-me?’.
Como é bonito e verdadeiro isto! Porque é aqui, o senhor diz-nos, é neste "amas-me" que o Senhor funda o apascentar, porque somente se existe amor pelo Senhor Ele pode apascentar por meio de nós.”

É esta a nota que domina uma vida inteira dedicada ao serviço sacerdotal e à teologia que o senhor não por acaso definiu como a ‘busca do amado’; é isto que o senhor sempre testemunhou e testemunha ainda hoje: que a coisa decisiva nos nossos dias - de sol ou de chuva - a única com a qual vem também todo o resto, é que o Senhor esteja realmente presente, que o desejemos, que interiormente sejamos próximos a ele, que o amemos, que realmente acreditemos profundamente nele e acreditando o amemos verdadeiramente.
É este amar que realmente nos preenche o coração, este acreditar é aquilo que nos faz caminhar seguros e tranquilos sobre as águas, mesmo em meio à tempestade, precisamente como acontece a Pedro; este amar e este acreditar é o que nos permite de olhar ao futuro não com medo ou nostalgia, mas com alegria, também nos anos já avançados de nossa vida.”

E assim, precisamente vivendo e testemunhando hoje em modo tão intenso e luminoso esta única coisa realmente decisiva - tendo o olhar e o coração voltado a Deus - o senhor, Santidade, continua servindo a Igreja, não deixa de contribuir realmente com o vigor e a sabedoria para o crescimento dela”.

A Providência quis que o senhor, caro irmão, chegasse a um lugar por assim dizer propriamente 'franciscano' do qual emana uma tranquilidade, uma paz, uma força, uma confiança, uma maturidade, uma fé, uma dedicação e uma fidelidade que me fazem tão bem e dão força para mim e para toda a Igreja".

Que o senhor, Santidade, possa continuar sentido a mão do Deus misericordioso que o sustenta, que possa experimentar e nos testemunhar o amor de Deus; que, com Pedro e Paulo, possa continuar exultando de alegria enquanto caminha rumo à meta da fé.”


No final, o Papa Emérito agradeceu:

Santo Padre, queridos irmãos,

65 anos atrás, um irmão ordenado comigo convenceu-me a escrever no santinho da primeira missa somente, excepto o nome e as datas, uma palavra, em grego: "Eucharistomen", convencido que com esta palavra, nas suas múltiplas dimensões, já está dito tudo o que se pode dizer neste momento.
"Eucharistomen" diz um agradecimento humano, obrigado a todos.

Obrigado especialmente ao senhor, Santo Padre! A sua bondade, desde o primeiro momento da eleição, em cada momento da minha vida aqui, toca-me, leva-me, realmente, interiormente.
Mais do que nos Jardins do Vaticano, com a sua beleza, a Sua bondade é o lugar onde eu moro: Sinto-me protegido.
Obrigado também pela palavra de agradecimento, por tudo.
E esperamos que o senhor possa seguir em frente com todos nós neste caminho da Divina Misericórdia, mostrando o caminho de Jesus, para Jesus, para Deus.

Obrigado também ao senhor, [Cardeal Sodano], por suas palavras que realmente me tocaram o coração: Cor ad cor loquitur.
O senhor fez presente quer a hora da minha ordenação sacerdotal, quer também a minha visita em 2006 em Frisinga, onde eu revivi tudo isso.
Eu só posso dizer que assim, com estas palavras, o senhor interpretou a essência da minha visão do sacerdócio, do meu agir.
Sou-Lhe grato pelo laço de amizade que até agora continua por um longo tempo, de telhado a telhado [refere-se a suas casas que estão próximas]: é quase presente e palpável.

Obrigado, Cardeal Müller, pelo trabalho que faz para a apresentação dos meus textos sobre o sacerdócio, nos quais procuro também ajudar os confrades a entrar sempre de novo no mistério em que o Senhor se dá em nossas mãos.

"Eucharistomen": naquele momento o amigo Berger queria mencionar não somente a dimensão da gratidão humana, mas naturalmente a palavra mais profunda que se esconde, que aparece na Liturgia, nas Escrituras, nas palavras gratias agens benedixit Fregit deditque.
"Eucharistomen" lembra-nos da realidade de acção de graças, daquela nova dimensão que Cristo deu.
Ele transformou em gratidão e assim em bênção, a cruz, o sofrimento, todo o mal no mundo.
E então basicamente ele transubstanciou a vida e o mundo e deu-nos, e nos dá a cada dia, o pão da verdadeira vida, que supera o mundo graças à força de Seu amor.

No final, queremos inserir-nos neste "obrigado" do Senhor, e assim receber realmente a novidade de vida e ajudar para a transubstanciação do mundo: é um mundo não de morte, mas de vida; um mundo em que o amor venceu a morte.

Obrigado a todos vocês. Que o Senhor abençoe a todos nós.
Obrigado, Santo Padre”


Fonte: Radio Vaticano


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