Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A FORÇA DO CRISTÃO É O EVANGELHO

Na última catequese antes da pausa de verão o Papa Francisco falou da esperança cristã como força dos mártires

(as catequeses do Papa serão retomadas no próximo mês de Agosto)
   
   
O Santo Padre partiu do Evangelho de São Mateus em que Jesus dá a entender aos doze apóstolos que os mandava como ovelhas para o meio dos lobos.
Recomendou-lhes que fossem prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Sereis odiados por causa de mim, disse-lhes, mas quem tiver perseverado até ao fim será salvo.

Os cristãos amam, mas nem sempre são amados.
A profissão da fé acontece, em grau maior ou menor, num clima de hostilidade.
E Jesus leva os seus discípulos desde o início a ter isto presente – disse o Papa, que adiantou:

«Os cristãos são, portanto, homens e mulheres “contracorrente”.
E isto, a seu ver, é normal, pois que o mundo está marcado pelo pecado que se manifesta em várias formas de egoísmos e injustiças.
Quem segue Cristo caminha em direcção contrária, fiel à lógica do Reino de Deus que é a lógica da esperança e se traduz no estilo de vida baseado nas indicações de Jesus».

E a primeira indicação é a pobreza, a humildade, o desapego das riquezas e do poder, mas sobretudo desapego de si próprio.

«O cristão caminha pelas vias deste mundo com o essencial para a caminhada, mas com o coração repleto de amor.
Sem foices, sem grilhões, sem armas: “como cordeiros no meio de lobos”».

O Papa continuou dizendo que a perseguição não está em contradição com o Evangelho, pois que se perseguiram Jesus, como podemos esperar que não o façam também connosco.
Mas – recomendou - nunca desesperar, porque Deus vê e, seguramente protege e resgata.

Os cristãos devem, por isso, estar sempre do lado oposto de quem pratica injustiças, oprime os outros, age de forma mafiosa, tece tramas obscuras, faz lucro na pele dos desesperados…

Os cristãos não podem ser «perseguidores, mas perseguidos, não arrogantes, mas simples, não vendedores de fumo, mas submetidos à verdade, não impostores, mas honestos.»

«Esta fidelidade ao estilo de Jesus» – que é um estilo de esperança, continuou o Papa Francisco, foi designado pelos primeiros cristãos com o belo nome de “martírio” que significa “testemunho”.
O vocabulário oferecia muitas outras possibilidades: heroísmo, abnegação, sacrifício de si.
Mas os primeiros cristãos escolheram um nome “com perfume de discipulado”.

Com efeito, os mártires não vivem, nem aceitam os sofrimentos em nome próprio, mas por fidelidade ao Evangelho.

Mas o martírio – advertiu o Papa, não é o ideal supremo da vida cristã, pois acima dele está a caridade, como aliás recorda São Paulo no hino à caridade:

Mesmo que eu desse em pasto todos os meus bens e entregasse o meu corpo para me vangloriar, mas não praticasse a caridade, de não serviria.”

Repugna aos cristãos a ideia de que aqueles que provocam atendados suicidas possam ser chamados “mártires”: não há nada nos seus objectivos que possa ser comparado com as atitudes dos filhos de Deus.”


Resumo da catequese do Santo Padre:

Quando lemos a vida dos mártires, de ontem e de hoje, ficamos maravilhados ao ver a fortaleza com que enfrentam as provações.
Esta fortaleza é sinal da grande esperança que os animava: nada e ninguém poderia separá-los do amor de Deus que lhes foi dado em Cristo Jesus.

Nos tempos de tribulação, devemos crer que Jesus vai à nossa frente e não cessa de acompanhar os seus discípulos.
A perseguição não está em contradição com o Evangelho; antes pelo contrário, faz parte dele: se perseguiram o divino Mestre, como podemos esperar que nos seja poupada a luta?
Assim, mesmo no meio do turbilhão, o cristão não deve perder a esperança, julgando-se abandonado.
Jesus assegura-nos: «Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais!».
Como se dissesse: Nenhum dos sofrimentos do homem, nem mesmo os mais íntimos e ocultos, passam despercebidos ou são invisíveis aos olhos de Deus.
Deus vê; e, seguramente, protege e resgata-nos do mal.
De facto, no nosso meio, há Alguém que é mais forte do que o mal; Alguém que sempre ouve a voz do sangue de Abel que clama da terra.

Com esta certeza, os mártires não vivem para si, não combatem para afirmar as próprias ideias e aceitam morrer apenas por fidelidade ao Evangelho.
A única forma de vida do cristão é o Evangelho.
O martírio não é sequer o ideal supremo da vida cristã, porque, como diz o apóstolo Paulo, acima dele está a caridade, o amor a Deus e ao próximo.

Repugna aos cristãos a ideia de que, nos atentados suicidas, aqueles que os fazem se possam chamar «mártires»: naquele desfecho final, não há nada que lembre a atitude dos filhos de Deus.
A lógica evangélica aceita, nos cristãos, a prudência e até a esperteza, mas nunca a violência.

Para derrotar o mal, não se podem adoptar os métodos do mal.





Fontes: Santa Sé; Rádio Vaticano

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