Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

A LITURGIA UMA VERDADEIRA ESCOLA DE ORAÇÃO





Nesta Quarta-feira a catequese do Papa Francisco foi dedicada ao Cântico do Glória e à Oração do Dia ou Colecta.
   
   
Após o Acto Penitencial abordado na anterior catequese, segue-se o Cântico do Glória.

O Papa explicou que depois do Acto Penitencial, quando nos despojamos de nossas presunções na esperança de sermos perdoados, expressamos gratidão a Deus cantando o hino do Glória que, assim como os Anjos cantaram no nascimento de Jesus, é um glorioso abraço entre o céu e a terra.

Logo após o ‘Glória’ temos a oração denominada ‘do dia’ ou ‘colecta’.


Com o convite ‘Oremos’, o sacerdote exorta a unirmo-nos a ele num momento de silêncio em que cada um pensa naquilo de que precisa ou quer pedir na oração.




PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 10 de Janeiro de 2018

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

No percurso de catequeses sobre a Celebração Eucarística, vimos que o Acto Penitencial nos ajuda a despojar-nos das nossas presunções e a apresentar-nos a Deus como realmente somos, conscientes de sermos pecadores, na esperança de sermos perdoados.

Precisamente do encontro entre a miséria humana e a misericórdia divina adquire vida a gratidão expressa no “Glória”, «um hino antiquíssimo e venerável com o qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro» (Ordenamento Geral do Missal Romano, 53).

O início deste hino — “Glória a Deus nas alturas” — retoma o cântico dos Anjos no nascimento de Jesus em Belém, anúncio jubiloso do abraço entre céu e terra.
Este canto inclui-nos também a nós reunidos em oração: «Gloria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade».

Após o “Glória”, ou então, na sua ausência, imediatamente depois do Acto Penitencial, a oração adquire forma particular na prece denominada “colecta”, por meio da qual se expressa o carácter próprio da celebração, que varia de acordo com os dias e os tempos do ano (cf. ibid., 54).
Mediante o convite «oremos», o sacerdote exorta o povo a recolher-se com ele num momento de silêncio, com a finalidade de tomar consciência de estar na presença de Deus e fazer emergir, cada qual no próprio coração, as intenções pessoais com as quais participa na Missa (cf. ibid., 54).
O sacerdote diz «oremos»; e depois há um momento de silêncio, e cada um pensa naquilo de que precisa, que deseja pedir, na oração.

O silêncio não se reduz à ausência de palavras, mas consiste em predispor-se a ouvir outras vozes: a do nosso coração e, sobretudo, a voz do Espírito Santo.
Na liturgia, a natureza do silêncio sagrado depende do momento em que se realiza: «Durante o Acto penitencial e após o convite à oração, ajuda o recolhimento; depois da leitura ou da homilia, é uma exortação a meditar brevemente sobre o que se ouviu; após a Comunhão, favorece a prece interior de louvor e de súplica» (ibid., 45).
Portanto, antes da oração inicial, o silêncio ajuda a recolher-nos em nós mesmos e a pensar por que estamos ali.
Eis, então, a importância de ouvir o nosso espírito para o abrir depois ao Senhor.
Talvez tenhamos vivido dias de cansaço, de alegria, de dor, e queremos dizê-lo ao Senhor, invocar a sua ajuda, pedir que esteja próximo de nós; temos familiares e amigos doentes, ou que atravessam provações difíceis; desejamos confiar a Deus o destino da Igreja e do mundo.
É para isto que serve o breve silêncio antes que o sacerdote, recolhendo as intenções de cada um, recite em voz alta a Deus, em nome de todos, a oração comum que conclui os ritos de introdução, realizando precisamente a “colecta” das intenções individuais.
Recomendo vivamente aos sacerdotes que observem este momento de silêncio e não se apressem: «oremos», e que se faça silêncio.
Recomendo isto aos presbíteros.
Sem este silêncio, corremos o risco de descuidar o recolhimento da alma.

O sacerdote recita esta súplica, esta oração de colecta, de braços abertos: é a atitude do orante, assumida pelos cristãos desde os primeiros séculos — como testemunham os frescos das catacumbas romanas — para imitar Cristo de braços abertos no madeiro da cruz.
Ali Cristo é o Orante e, ao mesmo tempo, a oração!
No Crucificado reconhecemos o Sacerdote que oferece a Deus o culto que lhe é agradável, ou seja, a obediência filial.

No Rito Romano as orações são concisas, mas ricas de significado: podem fazer-se muitas meditações bonitas sobre estas preces.
Muito belas!
Voltar a meditar os seus textos, até fora da Missa, pode ajudar-nos a aprender como dirigir-nos a Deus, o que pedir, que palavras usar.
Possa a liturgia tornar-se para todos nós uma verdadeira escola de oração.


Fontes: Santa Sé; Noticias do Vaticano



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