Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

sábado, 13 de dezembro de 2014

SANTA LUZIA







Dia 13 de Dezembro, Memória de Santa Luzia, virgem e mártir





Na nossa paróquia celebramos hoje, na Eucaristia das 17H00 a realizar na Capela de São Pantaleão, a memória de Santa Luzia.

Considerada advogada dos olhos é representada na iconografia com uma taça com dois olhos e a palma de mártir.

Ainda que seja São Tomé o patrono dos pedreiros e canteiros, têm estes artífices profunda devoção a Santa Luzia, demonstrada pelos mais velhos com o facto de não trabalharem neste dia.
Recordamos o risco para os olhos que os trabalhos destas profissões representam, agravados pelo facto de serem executados sem qualquer tipo de protecção. Felizmente que nos dias de hoje, face à legislação no âmbito da segurança no trabalho, isso já não é tão frequente.

Santa Luzia é uma das vítimas da perseguição aos cristãos no tempo de imperador Dioclesiano e terá sido martirizada por ordem do cônsul Pascácio a 13 de Dezembro do ano 304.

Do Martirológio Romano de 1748, consta:
Aos 13 de Dezembro, …
Em Saragoça da Sicília, dia de Santa Luzia Virgem, e Mártir, na perseguição de Dioclesiano; à qual, querendo os ministros da desonestidade, por ordem do Cônsul Pascácio, levá-la à casa das mulheres públicas, para ser ofendida do povo sua virginal pureza, não lhes foi possível abalá-la do lugar, em que estava, por mais que com cordas, e muitas juntas de bois a pretenderam mover; logo vencendo pez, resina, e azeite fervendo, do que não recebeu lesão alguma, consumou finalmente o seu martírio, passada a garganta aos fios da espada; mas a sua festa se celebra no dia seguinte.

Aos 14 de Dezembro,
A Festa de Santa Luzia, Virgem, e Mártir, de quem se fez menção no dia antecedente.

Face ao pedido pela Constituição do II Concílio Ecuménico do Vaticano sobre a Sagrada Liturgia «Sacrosanctum Concilium» (4-12-1963) – que «as paixões ou vidas dos Santos sejam restituídas à verdade histórica», no actual Martirológio Romano de 2013 já consta:
13 de Dezembro,
Memória de Santa Luzia († 304/305), virgem e mártir, que durante a sua vida conservou a lâmpada acesa para ir ao encontro do Esposo e, conduzida ao martírio por amor de Cristo em Siracusa, na Sicília, mereceu entrar com Ele nas núpcias do Céu e possuir a luz que não tem ocaso.

Quanto às lendas, com a devida reserva quanto à sua verdade histórica, reproduzimos a apresentada pelo Evangelho Quotidiano:

Santa Luzia, como se lê nas Actas, pertencia a uma família rica de Siracusa.
A mãe dela, Eutíquie, ficou viúva e havia prometido dar a filha como esposa a um jovem concidadão.
Luzia, que tinha feito voto de se conservar virgem por amor a Cristo, obteve que as núpcias fossem adiadas, também porque a mãe foi atingida por uma grave doença.
Devota de Santa Águeda, a mártir de Catânia, que vivera meio século antes, Luzia quis levar a mãe enferma em visita ao túmulo da Santa.
Desta peregrinação a mulher voltou perfeitamente curada e por isso concordou com a filha, dando-lhe licença para seguir a vida que havia escolhido; consentiu também que ela distribuísse aos pobres da cidade os bens do seu rico dote.
O noivo rejeitado vingou-se acusando Luzia de ser cristã ao procônsul Pascásio.
Ameaçada de ser exposta ao prostíbulo para que se contaminasse, Luzia deu ao procônsul uma sábia resposta: "O corpo contamina-se se a alma consente."

O procônsul quis passar das ameaças aos factos, mas o corpo de Luzia ficou tão pesado que dezenas de homens não conseguiram carregá-lo sequer um palmo.
Um golpe de espada pôs fim a uma longa série de sofrimentos, mas mesmo a morrer, a jovem continuou a exortar os fiéis a antepôr os deveres para com Deus àqueles para com as criaturas, até que os companheiros de fé, que faziam um círculo em volta dela, selaram o seu comovente testemunho com a palavra: Amén.

Testemunham-lhe a antiga devoção, que se difundiu muito rapidamente não só no Ocidente, mas também no Oriente.
O episódio da cegueira, ao qual ordinariamente chamam a atenção as imagens de Santa Luzia, está provavelmente vinculado ao nome: Luzia (Lúcia em castelhano) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural.
Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui a Santa Lúcia ou Luzia a função de graça iluminadora.


Fontes: Martirológio Romano de 1748 e de 2013, Evangelho Quotidiano

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