Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

NÃO VOS ESQUEÇAIS DOS POBRES




Numa mensagem à cimeira de Davos o Papa recordou que o homem deve governar o desenvolvimento
   
   
«Criar novos modelos empresariais que, enquanto promovem o desenvolvimento de tecnologias avançadas, sejam capazes também de utilizá-las para criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente», foram os desejos expressos pelo Papa Francisco numa mensagem dirigida aos participantes no 46º Fórum Económico Mundial, que teve início hoje, 20 de Janeiro, em Davos-Klosters, na Suíça, sobre o tema: «Dominar a quarta revolução industrial».


Da mensagem do Papa Francisco, destacamos:

«A aparição da chamada «quarta revolução industrial» foi acompanhada pela crescente percepção da inevitabilidade duma redução drástica do número de postos de trabalho.
Os últimos estudos, realizados pela Organização Internacional do Trabalho, indicam que o desemprego afecta, actualmente, centenas de milhões de pessoas.
O financiamento e tecnologização das economias nacionais e da global produziram profundas mudanças no campo do trabalho.
A diminuição de oportunidades para um emprego vantajoso e digno, aliada a uma redução da cobertura da previdência social, estão a causar um aumento preocupante da desigualdade e da pobreza em vários países.
Claramente surge a necessidade de criar novos modelos empresariais que, enquanto promovem o desenvolvimento de tecnologias avançadas, sejam capazes também de utilizá-las para criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente.
O homem deve guiar o progresso tecnológico, sem se deixar dominar por ele!

Mais uma vez faço apelo a todos vós: «Não esqueçais os pobres!» Este é o principal desafio que, como líderes no mundo dos negócios, tendes diante de vós.
«Quem tem os meios para levar uma vida decente, em vez de estar preocupado com os privilégios, deve procurar ajudar os mais pobres a terem, também eles, acesso a condições de vida respeitosas da dignidade humana, nomeadamente através do desenvolvimento do seu potencial humano, cultural, económico e social» (Discurso à classe dirigente e ao Corpo Diplomático, Bangui, 29 de Novembro de 2015).

Não devemos permitir jamais que «a cultura do bem-estar nos anestesie» e torne «incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios», de modo que «já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe» (Evangelii gaudium, 54).

Chorar à vista do drama dos outros não significa apenas compartilhar os seus sofrimentos, mas também e sobretudo dar-se conta de que as nossas acções são causa de injustiça e desigualdade.
Por isso, «abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda.
As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade.
Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo» (Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Misericordiae vultus, 15).

Quando nos damos conta disto, tornamo-nos mais plenamente humanos, uma vez que a responsabilidade pelos nossos irmãos e irmãs é uma parte essencial da nossa humanidade comum.
Não tenhais medo de abrir a mente e o coração aos pobres.
Desta forma, dareis livre curso aos vossos talentos económicos e técnicos e descobrireis a felicidade duma vida plena, que o consumismo, de por si, não pode oferecer.»


Fontes: Santa Sé; L'Osservatore Romano


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