Paróquia de S. Cristóvão do Muro

Vigararia Trofa/Vila do Conde
Diocese do Porto - Portugal

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

VISITA PASTORAL – EUCARISTIA DO DOENTE





Na Quinta-feira dia 11 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Doente, o Senhor D. Pio celebrou no Salão Paroquial a Eucaristia do Doente com a Unção dos doentes
   
   
Na homilia, o Senhor D. Pio Alves falou na conversão, na infinita misericórdia do Senhor e no dom da vida – a vida faz sempre sentido.

No final da homilia, o Senhor Bispo agradeceu à Muro de Abrigo o trabalho que esta instituição tem vindo a realizar em prol dos idosos e procedeu à administração da Santa Unção a diversos presentes.

Após a Eucaristia, houve um convívio e lanche com todos os participantes.

Da homilia de D. Pio Alves:

O tempo de quaresma é para todos nós um tempo especial de graça e convite à conversão.

Quando ouvimos falar de conversão, podemos ter a tentação de pensar que nós não precisamos, não somos assim tão maus como isso, portanto a conversão será para aqueles que andam mesmo longe, são algo de maus.

A conversão faz parte da vida de todos nós.

Todos nós temos muitas coisas em que em podemos melhorar, muitas coisas em que podemos rectificar, todos temos muitos exemplos a fazer na nossa vida.
Devemos querer saber enfrentar essa necessidade.
Se é necessário, sem medo, porque aquele que em última instância recebe esse nosso arrependimento, essa nossa vontade de mudança, não é alguém que olha para nós de lado, mas é Deus, o nosso Deus infinitamente misericordioso, Pai de Misericórdia.

Às vezes temos receio de olhar para trás na nossa vida com medo de podermos tropeçar em coisas que, se calhar os outros não perdoam, se calhar Deus não perdoa.
Deus perdoa sempre.
Deus é infinitamente misericordioso.

E é bom, não para cultivar simplesmente a saudade, não para cultivar simplesmente o passado, mas é bom, de vez em quando, saber olhar para trás, não para nos lamentarmos, mas em primeiro lugar para dar muitas graças a Deus.

Todos nós, de certeza, olhando os anos que já foram vividos, se quisermos ser verdadeiros, encontraremos muitas razões para dar graças a Deus.
Com a ajuda dos outros, com a ajuda que os outros nos deram, pelos bens que pudemos dispor, com maiores dificuldades com certeza, há problemas com certeza, mas temos que saber olhar para a vida, em primeiro lugar, dando graças a Deus por tudo.
Por tantas coisas que descobrimos e por muitas outras que nem sequer nos apercebemos, mas que fazem parte da nossa vida, fazem parte dessa acção misericordiosa de Deus na vida de cada um de nós.
E essa acção misericordiosa de tantas pessoas que, às vezes nem sequer nos apercebemos da sua acção.

Ao mesmo tempo que damos graças a Deus, ganhamos ânimo para rectificar e para pedir perdão.
À medida que os anos passam, vamos tendo cada vez mais capacidade para separar e distinguir aquilo que realmente valeu a pena daquilo que não valeu a pena.
Daquilo que realmente fica e daquilo que ficou para trás e graças a Deus ficou para trás.
É bom fazer esse exercício, não um exercício de pena, não um exercício de grande saudade, mas um exercício de reconhecimento e também um exercício que nos leva a abrir caminho, com a graça de Deus e a ajuda dos outros.

O tempo de quaresma serve para isso, é um apelo à conversão, recorda-nos a infinita Misericórdia do Senhor.
E o Sacramento da Santa Unção que muitos de vós irão receber dentro de momentos, é também uma oportunidade para, por um lado pedir ao Senhor mais força, mais alegria, e, se essa é a Sua vontade e se isso é bom para nós, nos ajude a superar dificuldades de saúde, dificuldades de falta de forças, dificuldades que possam acontecer na nossa vida.

Mas há uma coisa que está garantida, é que Deus não nos esquece, Deus não nos virou as costas.
O sacramento da Santa Unção dá-nos força para sabermos dar sentido àquilo que é a nossa cruz de todos os dias; a cruz que é feita de doenças, a cruz que é feita de algum desentendimento, a cruz que é feita nas limitações que inevitavelmente vão aparecendo há medida que os anos passam.
O Senhor ajuda-nos a saber encontrar o sentido da dor e, como no texto do Evangelho, a saber descobrir que podemos e devemos unir a nossa cruz à cruz redentora de Jesus Cristo.

E se pudermos viver essa união com Jesus Cristo, sermos mais unidos aos outros, sermos capazes de oferecer as dores, oferecer as limitações, oferecer o sofrimento por uma pessoa de família, por um amigo, pela Igreja, pela sociedade, por tantíssimas coisas pelas quais faz falta rezar.

A nossa cruz, a cruz que está presente na vida de todos nós, faz sentido se soubermos vive-la à sombra e à luz da cruz de Jesus Cristo.

O Sacramento da Santa Unção, é um caminho, ajuda a perceber essa realidade, dá-nos força para assumir essa realidade e por isso mesmo ajuda-os a descobrir mais claramente o sentido da nossa vida, o valor da nossa vida.

Meus irmãos, a nossa vida faz sempre sentido.

Com mais saúde ou com menos saúde, com mais anos ou menos anos, a vida é sempre um dom de Deus que devemos tentar aproveitar até ao último instante que Deus nos concede.

Deus concede o dom da vida.
Não somos nós que mandamos na vida, não são os outros que mandam na vida, é Deus que nos deu a vida e é ele quem, na sua infinita misericórdia, dispõe do termo dos nossos dias.

Saber valorizar o dom da vida e ajudar as pessoas que estão à nossa volta a perceber que a vida faz sempre sentido.
















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